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Análise do Comportamento Mecânico do Reforço Radicular em Raízes Enfraquecidas Através do Método de Elementos Finitos


Os dentes tratados endodonticamente são mais sujeitos à fratura radicular, fato este observado clinicamente e suportado por evidências de estudos retrospectivos (1, 2). A restauração destes dentes muitas vezes é uma tarefa complexa em razão da grande perda de estrutura, provocada pela cárie, traumatismo ou restaurações extensas (3). Quando a destruição atinge a raiz, os canais se tornam muito amplos e as paredes enfraquecidas (Figura 1c), dificultando a colocação de pinos intra-radiculares necessária para a restauração final do dente da forma convencional. Os pinos metálicos fundidos são muito rígidos e sua forma cônica provoca um efeito de cunha, aumentando o risco de fratura radicular (4, 5). Pinos não-metálicos pré-fabricados com paredes paralelas não se adaptam perfeitamente à forma do canal na região cervical destas raízes, levando a uma menor retenção e maior instabilidade do pino, o que também predispõe à fratura radicular (6).

 


Figura 1 - Diferentes graus de destruição radicular

 

A porção cervical do dente é submetida a forças de compressão, tração e torsão significativas durante a função mastigatória. Portanto, a reabilitação estrutural prévia da raiz enfraquecida é de importância crítica para assegurar o sucesso do tratamento restaurador do dente desvitalizado. Um tipo de reforço intra-radicular na região cervical tem sido sugerido para reforçar clinicamente raízes com paredes finas através de materiais adesivos como a resina composta fotopolimerizável e o ionômero de vidro tipo cermet, devido a suas propriedades mecânicas favoráveis e à adesão às paredes dentinárias (7-11).

 

Objetivos

Diante do exposto este trabalho tem por objetivos:
1. Determinar, se necessário experimentalmente, características mecânicas relacionadas à contração, elasticidade e adesão dos materiais utilizados no reforço radicular.
2. Comparar numericamente o comportamento do reforço radicular com resina composta e com ionômero vidro, no aumento da resistência à fratura de uma raiz estruturalmente enfraquecida.
3. Avaliar o tipo de falha dos reforços radiculares.

 

Materiais e Métodos

Será confeccionado um modelo de elementos finitos de uma raiz, a ser analisado por meio de um programa comercial disponível (Abaqus), caracterizando uma perda de estrutura na região cervical, reforçada e reconstruída com pino, núcleo e coroa total, onde será aplicada uma força na região palatina, a 45o com o longo eixo do dente, simulando a força mastigatória. Os dois tipos de material (resina composta e ionômero cermet) serão analisados na simulação, bem como variações de técnicas. Os resultados obtidos serão confrontados com estudos in vitro previamente publicados na literatura.


Referências Bibliográficas

1. Gher ME, Jr., Dunlap RM, Anderson MH, Kuhl LV. Clinical survey of fractured teeth. J Am Dent Assoc 1987;114(2):174-7.
2. Sorensen JA, Martinoff JT. Intracoronal reinforcement and coronal coverage: a study of endodontically treated teeth. J Prosthet Dent 1984;51(6):780-4.
3. Johnson ME, Stewart GP, Nielsen CJ, Hatton JF. Evaluation of root reinforcement of endodontically treated teeth. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol Endod 2000;90(3):360-4.
4. Leles C, Souza J, Busato A. Princípios das restaurações com retenção intra-radicular. In: Estrela C, editor. Ciência Endodôntica. 1 ed. São Paulo: Artes Médicas
2004. p. 1010.
5. Bonfante G, Kaizer OB, Pegoraro LF, do Valle AL. Fracture strength of teeth with flared root canals restored with glass fibre posts. Int Dent J 2007;57(3):153-60.
6. Assif D, Nevo E, Aviv I, Himmel R. Retention of endodontic posts with a composite resin luting agent: effect of cement thickness. Quintessence Int 1988;19(9):643-6.
7. Calheiros FC, Kawano Y, Stansbury JW, Braga RR. Influence of radiant exposure on contraction stress, degree of conversion and mechanical properties of resin composites. Dent Mater 2006;22(9):799-803.
8. Casselli DS, Worschech CC, Paulillo LA, Dias CT. Diametral tensile strength of composite resins submitted to different activation techniques. Braz Oral Res 2006;20(3):214-8.
9. Lazarchik DA, Hammond BD, Sikes CL, Looney SW, Rueggeberg FA. Hardness comparison of bulk-filled/transtooth and incremental-filled/occlusally irradiated composite resins. J Prosthet Dent 2007;98(2):129-40.
10. Terry DA, Leinfelder KF. Managing stress with composite resin, Part 1: The restorative-tooth interface. Dent Today 2006;25(12):98, 100-4; quiz 104.
11. Tolosa MC, Paulillo LA, Giannini M, Santos AJ, Dias CT. Influence of composite restorative materials and light-curing units on diametrical tensile strength. Braz Oral Res 2005;19(2):123-6.


EQUIPE: Cláudia Machado de Almeida Mattos, Valéria P. Freitas, Estevam Barbosa de las Casas, Ítalo G. M. R. Dutra e Ronan Almeida Faustino.



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